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sábado, 17 de setembro de 2011

O Ataque a Pearl Harbor

Pearl Harbor
No dia 7 de dezembro de 1941, um domingo, pouco antes das 8 horas da manhã, a frota norte americana composta de 96 navios dos mais diversos tamanhos e modelos, estacionada em Pearl Harbour é atacada por aproximadamente 350 aeronaves japonesas, que levantaram vôo a partir dos porta-aviões Kaga, Akagi, Shokaku, Zuikaku, Hiryu e Soryu. Este dia ficou conhecido pelos estadunidenses como “O Dia da Infâmia”, porque foi um ataque sem prévia declaração de guerra. 

Cartaz que simbolizava o esforço de guerra das mulheres nas fábricas


A Segunda Grande Guerra já assolava a Europa desde 1939. Adolf Hitler já havia iniciado sua escalada de terror, anexando territórios e espalhando a morte entre inocentes em busca de um sonho: dominar o mundo, transformando a Alemanha no país mais poderoso do mundo. Os Estados Unidos ainda era um país neutro, pois a opinião pública era contra o envolvimento da nação no conflito: “os europeus que resolvam seus problemas”. Por esse motivo suspeita-se que o presidente Roosevelt tivesse informações suficientes para acreditar no eminente ataque, mas o tenha permitido justamente para mobilizar a opinião pública em prol da entrada do país na guerra.



Navios destruídos
O fator surpresa foi determinante na batalha, tornando enormes as perdas para os E.U.A. Foram nove encouraçados, três cruzadores, três contratorpedeiros, um navio de reparos, um lança minas e um porta aviões destruídos ou gravemente danificados. Dos aviões que estavam em terra, 188 foram completamente destruídos e 159 seriamente danificados. Mas o que mudou radicalmente a opinião pública, fazendo com que a população agora pedisse a entrada dos E.U.A. na guerra, foi a morte de 2.403 norte americanos, além dos 1.178 feridos. 

Restos de aeronaves


O ataque só não foi mais eficaz pelo fato de que dois porta-aviões, o Lexington e o Enterprise não se encontravam ancorados em Pearl Harbor. Os depósitos de combustíveis também não foram afetados, o que possibilitou uma recuperação em pouco tempo. Roosevelt agora tinha o caminho livre para participar do maior conflito bélico que o mundo já viu.

Como vingança, uma missão secreta passa a ser coordenada pelo Tenente-Coronel James Harold Doolittle. Ela visa embargar 16 aviões bombardeiros Mitchell B-25 no porta aviões USS Hornet e lavá-los a aproximadamente 500 milhas da costa japonesa, de onde decolariam em direção as principais cidades japonesas e bombardeariam instalações de fábricas de armas. Acabaram decolando aproximadamente 400 milhas antes do previsto por terem sido descobertos, mas as cargas de bombas forma entregues, e a maioria da tripulação das aeronaves conseguiu voltar para casa em segurando, após pousar na china. Apesar do pouco estrago causado aos japoneses, a missão cumprida elevou muito a moral dos norte americanos, no caminho à vitória no conflito.

As Aeronaves Japonesas - Foram utilizados três modelos de aviões nos ataques.

Mitsubishi A6M5 Zero
Mitsubishi A6M5 Zero
Ficha Técnica
País: Japão
Fabricante: Mitsubishi
Tipo: Caça
Tripulantes: 1
Aviões construídos: 11.000
Motor: 1 Nakajima Sakae de 12 cilindros radial de 950 hp
Envergadura:  12.00 m.
Comprimento: 9.06 m
Altura: 3.05 m
Peso vazio: 3.704 kg
Peso bruto: 5.313 kg
Velocidade máxima: 660 Km/h
Teto:10.000 m.
Autonomia: 3.105 Km
Armamento: 2 metralhadoras de 7.7mm na capota do motor, 2 canhões de 20 mm nas asas, 2 bombas de 30 kg ou 1 de 60 kg ou 250 kg de bomba para ataque kamikaze.


Aichi D3A "Val"
Ficha Técnica
País: Japão
Fabricante: Aichi Kokuki KK
Tipo: Bombardeiro de mergulho embarcado
Aichi D3A "Val"
Tripulantes: 2 - Piloto e artilheiro
Aviões construídos: 1.486
Motores: 1 Mitsubishi Kinsei 54 radial de 1.300 hp
Envergadura:  14.36 m.
Comprimento: 10.19 m
Altura: 3.85 m
Peso vazio: 2.408 kg.
Peso bruto: 3.650 Kg
Velocidade máxima: 385 Km/h
Teto: 9.300 m.
Autonomia: 1.470 Km
Armamento: 2 metralhadoras de 7.7 mm fixas disparadas  para frente, 1 metralhadora 7.7mm móvel na parte traseira da cabine, suporte ventral para 1 bomba de 250 kg e 2 outras sob as asas para bombas de 60 kg.



Nakajima B5N2 Kate
Ficha Técnica
País: Japão
Tipo: Caça torpedeiro
Tripulantes: 3 (1 piloto, 1 comandante e 1 atirador de ré e operador de rádio)
Nakajima B5N2 Kate
Envergadura 15.52 m
Comprimento 10.30 m
Altura 3.70 m 
Motor: 1 Nakajima NK1B "Sakae" Performance
Velocidade: máxima 378 km/h Alcance bélico 1,990 km
Teto: 7.640 m
Armamento: metralhadoras 7.7 mm. Alguns B5N1 foram equipados com 2 × 7.7 metralhadora Tipo 97 nas asas, 1 torpedo 800 kg, 1 bomba de 800kg, 3 bombas de 250 kg ou 6 × bombas de 132 kg.


Aeronave utilizada pelos E.U.A na "vingança"

B-25 Mitchell

Ficha Técnica

País: E.U.A

Fabricante: North American Aviation

Tipo: Bombardeiro médio

Tripulantes: 6 ( 2 pilotos, 1 Navegador/bombardeiro,1 Operador de torreta/canhoneiro, 1 Operador de rádio/canhoneiro de cinta, 1 Canhoneiro superior)

Motor: 2 Wright R-2600 " Ciclone" radiais de 14 cilindros de 1.850 Hp cada

Envergadura:  20.60 m.

Comprimento: 16.10 m

Altura: 4.80 m
Velocidade máxima: 442 Km/h

Velocidade de cruzeiro: 370 Km/h

Teto: 7.600 m.

Autonomia: 2.300 a 4.300 km
Armamento: 12 metralhadoras de 12.7mm, 2.700 kg de bomba.



FILMES

Título no Brasil:  30 Segundos Sobre Tóquio
Título Original:  Thirty Seconds Over Tokyo
País de Origem:  EUA
Gênero:  Guerra
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 137 minutos
Ano de Lançamento:  1944
Estúdio/Distrib.:  Classic Line
Direção:  Mervyn LeRoy

Melhor filme sobre a vingança de Pearl Harbor. Mostra cada detalhe da preparação da operação de bombardeio de algumas cidades japonesas.





Título no Brasil:  Tora! Tora! Tora! - O Ataque a Pearl Harbor
Título Original:  Tora! Tora! Tora!
País de Origem:  EUA / Japão
Gênero:  Guerra
Tempo de Duração: 144 minutos
Ano de Lançamento:  1970
Estúdio/Distrib.:  Fox Home
Direção:  Richard Fleischer / Kinji Fukasaku

 O título do filme foi o código utilizado pelos japoneses para que tivesse início o ataque a Pearl Harbor. A produção recria com extrema maestria todos os acontecimentos que antecederam o ataque, ou pelo menos a versão norte-americana deles. As cenas foram feitas com aviões de verdade - isso porque computadores apenas engatinhavam na época de sua produção – e a riqueza de detalhes torna o filme uma obra primorosa, mas um pouco monótona para quem só procura ação e efeitos.




Título no Brasil:  Pearl Harbor
Título Original:  Pearl Harbor
País de Origem:  EUA
Gênero:  Ação
Tempo de Duração: 183 minutos
Ano de Lançamento:  2001
Direção:  Michael Bay

 O filme mostra, com um show de efeitos especiais, o dia do ataque a Pearl Harbor e a operação de vingança que levou 17 bombardeiros B-25 Mitchell a decolarem de um porta aviões para lançar bombas nas principais cidades do Japão. O que estraga o filme é o triângulo amoroso entre dois pilotos e uma enfermeira, desviando o foco na história.




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Charles Lindbergh e a travessia do Atlântico

Charles Augustus Lindbergh nasceu em 1902 e desde muito jovem se interessou pela tecnologia em geral. Começou a estudar engenharia, mas não se apaixonou suficientemente e em 1922 decidiu mudar-se para Nebraska e aprender a voar. Em 1923 adquiriu um Curtiss Jenny e começou a praticar acrobacias aéreas.  Um ano mais tarde se inscreveu na escola de vôo do Exército do Ar Estadunidense em San Antonio (Texas), onde se graduou com o número 1 da turma de 1925. Ainda como membro do Exército do Ar, Lindbergh começou a trabalhar como piloto em vôos postais de Chicago a St. Louis.
Pouco depois, Lindbergh se sentiu atraído pelos recordes aéreos. Em 1919 o hoteleiro Raymond Orteig havia oferecido 25.000 dólares ao primeiro piloto capaz de voar de New York a Paris sem realizar escalas. A obsessão de toda a nação acabou sendo também a de Lindbergh. René Fonck, piloto de caça francês durante a Primeira Grande Guerra já havia efetuado algumas tentativas sem sucesso em 1926. Lindbergh se lançou então em busca de recursos financeiros.
Com o respaldo financeiro de um grupo de empresários de St. Louis, Lindbergh tentou chegar a um acordo com Charles Levine pelo uso do seu Wright Bellanca. No entanto, o trato nunca se efetuou por causa da disputa sobre quem deveria pilotar o avião.
Em 1927, o premio de Orteig de 25.000 dólares atraiu novos aspirantes. Charles Levine e Clarence Chamberlain pilotariam seu Columbia, Fonck preparou um biplano Sikorsky, Richard Byrd um Fokker trimotor chamado America e Noel Davis e Stanton Wooster também entraram no jogo. Lindbergh partiu de San Diego para fazer um acordo com a companhia Ryan, para a construção de um novo desenho. Por 6.000 dólares mais o motor fabricariam o N-X-211 RYAN NYP, mais conhecido como Spirit of St. Louis. Transcorridos dois meses, e com um custo final de 10.850 dólares, Lindbergh disponha do avião que lhe permitiria atravessar o atlântico.
Antes que Lindbergh realizasse seu vôo, os demais rivais haviam testado suas aeronaves. O Columbia de Levine e Chamberlain rompeu o trem de pouso; o America de Byrd sofreu uma falha estrutural e três membros da sua tripulação acabaram feridos; Davis e Wooster morreram nas provas. Dois franceses, Charles Nungesser e François Coli, decolaram de Paris em maio de 1927 a bordo do L’Oiseau Blanc com o intuito de realizar a travessia, mas nunca chegaram a Nova Iorque.
O desenho monoplano do Spirit of St. Louis e a consequente ausência de um co-piloto obrigava Lindbergh a encarregar-se também dos trabalhos mecânicos e a manter-se alerta durante todo o tempo do vôo. No entanto, tudo parecia ir de vento em popa, pois piloto e aeronave haviam estabelecido um novo recorde de velocidade transcontinental ao voar de San Diego a New York em somente 21 horas e 20 minutos.
Em 20 de maio de 1927, com 2.050 litros de combustível e cinco sanduiches, um cansado Charles Lindbergh decolou de Roosevelt Field (New York). Depois de superar todos os obstáculos e inconvenientes, 33 horas e 30 minutos mais tarde, seu avião pousa em Le Bourget (Paris) e Lindbergh se convertia em herói de toda uma nação. Pouco depois de sua façanha, realizou um giro pela Europa.
Em seu regresso a New York, a bordo do USS Memphis, Lindbergh foi recebido com o maior desfile de todos os tempos, recebeu a medalha de Honra do Congresso, foi promovido a coronel do Exército do Ar e recebeu a distinta Cruz de Vôo. Também recebeu diversas ofertas para figurar em comerciais, porém ele sempre as recusou alegando que era um piloto, não um anunciante. Escreveu suas memórias que se converteram em um grande êxito de vendas. Mais tarde empreendeu com seu Spirit of St. Louis um Giro da Boa Vontade pelas Américas. Em uma das etapas, no México, conheceu sua futura esposa, Anne Morrow.
Seus vôos no comando do Spirit of. St. Louis demonstraram que o avião era um meio de transporte seguro e confiável. As ações das empresas aeronáuticas subiram rapidamente e o interesse do público por voar foi aumentando. Em 1927, Lindbergh foi consultor técnico da Pan American World Airways e contribuiu com a fundação da Trans-continental and Western Airlines (TWA).    

domingo, 11 de setembro de 2011

Harriet Quimby: a heroína ofuscada


Quimby
Harriet Quimby nasceu no estado de Michigan (EUA) em 1875, estabelecendo-se em Nova Iorque como fotoperiodista no Leslie’s Illustrated Weekly. Em outubro de 1910 conheceu John e Matilde Moisant no Torneio Aéreo Internacional de Belmont Park, onde John ganhou a corrida ao redor da estátua da Liberdade para a equipe estadunidense. Diferentemente da escola de vôo dos irmãos Wright, que não admitia mulheres, o centro que John e seu irmão Alfred comandavam não impediu o ingresso de Harriet e Matilde. Havia mulheres que pilotavam aviões em exibições e encontros aéreos, porém nenhuma dispunha da licença de piloto: Harriet a obteve em 1 de agosto de 1911.
Acionando manualmente o motor do seu avião
Depois de exibir-se em espetáculos aéreos, Quimby decidiu realizar a travessia do Canal da Mancha concretizada por Louis Blériot, porém em sentido contrário. Para isso viajou ao Reino Unido em segredo para não despertar o interesse de uma potencial competidora e pediu emprestado um dos Nº XI de Blériot. Harriet Quimby decolou as 5h e 30min do dia 16 de abril de 1912 e pousou as 6h e 29 min a 48 km de Calais, próximo da localidade costeira de Hardelot. Seu vôo durou 20 minutos a mais que o de Blériot. Por desgraça, sua façanha foi ofuscada pelo afundamento do Titanic, ocorrido um dia antes. As celebrações de Quimby se limitaram a um brinde com champanhe oferecido pelos vizinhos de Hardelot, já que a tragédia no atlântico ocupava todas as manchetes dos periódicos do mundo todo.
Ao regressar aos Estados Unidos, ganhou até 100.000 dólares por cada exibição aérea realizada. Em 1º de julho de 1912, se apresentou no Terceiro Encontro Anual Aéreo de Boston em um monoplano de dois lugares e permitiu subir um passageiro. Era Willian Willard, Diretor da competição. Durante o vôo, o avião se inclinou em excesso para frente, e Willian desprendeu-se de seu assento, morrendo na hora. Sem o contrapeso de um passageiro, Quimby só pode controlar momentaneamente o avião e também chocou-se contra o solo. 
Primeira mulher com licença de piloto



Há diferentes teorias sobre o que fez o avião cambalear e inclinar-se de tal maneira: o emaranhamento dos cabos de direção? Algum movimento brusco do passageiro Willard? Não faltaram críticas sobre a ausência de cintos de segurança. O certo é que em tão somente 11 meses no ar, Harriet Quimby foi capaz de abrir caminho para muitas outras mulheres na aviação.   



O Nº XI de Blériot