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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Quiñones - Herói da Aviação Peruana

Em viagem realizada ao Perú em 2012, logo ao chegar ao Aeroporto de Lima, quando fui realizar um câmbio e pegar algumas notas de Nuevo Sole, moeda daquele país, me deparo com um aviador na nota de 10 Solez. " Vou guardar uma, pensei inocentemente, e quando de volta ao Brasil vou pesquisar para ver do que se trata". Mal sabia eu que o free shop me deixaria até sem cuecas, o que dizer então na minha nota de Solez guardada dobrada em uma divisão da minha carteira. Ficou por lá a nota, e a curiosidade. Ao rever as mais de 3 mil fotos realizadas na viagem, lembrei da tal cédula do aviador e fui pesquisar. Achei bastante interessante e divido com os leitores do blog.


José Abelardo Quiñones Gonzáles nasceu em 22 de abril de 1914 (ano em que se inicializava o até então maior conflito armado entre nações já visto, a Primeira Grande Guerra) em Puerto de Pimentel, hoje Província de Chiclayo, sendo o terceiro de quatro filhos do  casal José Maria Quiñones Arizona e Maria Juana Rosa Gonzales Orrego. Durante seu estudos primários no Colégio Nacional São José de Chiclayo tornou-se um aficionado por vôo de planadores, influenciado pelo então diretor do Colégio Karl Weiss.



Em 1935 ingressou como cadete na Escola Central de Aviação Jorge Chávez, destacando-se por sua fácil adaptação as diferentes técnicas de pilotagem, e em 1939 tornou-se piloto de caça. No dia de sua formatura, realizou um vôo de dorso passando a pouco mais de um metro do solo, para espanto dos presentes.


Em 1941 tem início o conflito entre Peru e Equador, também conhecido como Guerra de 41, onde o Equador é invadido pelo Peru, enquanto na Europa desenrolava-se a Segunda Grande Guerra. A Força Aérea Peruana da época contava com poucas aeronaves, apenas alguns Caproni CA-310, CA-135 e CA-111 e North American NA-50.

Caproni CA-310 – Libeccio (Itália)

·         Tripulantes: 3
·         Comprimento: 12.20 m (40 ft)
·         Envergadura:16.20 m (53 ft)
·         Altura: 3.52 m (11.5 ft)
·         Área de asa: 38.7 m² (127 ft²)
·         Peso Vazio: 3,040 kg (6,702 lb)
·         Peso Carregado: 4,650 kg (10,251 lb)
·         Motores: 2 × Piaggio Stella P.VII C.16/35, 350 kW (470 hp) each
·         Velocidade Máxima: 365 km/h (227 mph)
·         Velocidade de Cruzeiro:285-312 km/h (177-194 mph)
·         Alcance: 1,690 km (1,050 mi)
·         Teto de Serviço: 7,000 m (22,966 ft)
·         Armas: 3 × 7.7 mm (0.303 in) Breda SAFAT metralhadoras   (2 × 7.7 mm/0.303             metralhadoras disparo fixo para frente montadas nas raízes das asas; 1 × 7.7 mm/0.303 metralhadora montada em uma torre dorsal)
·         Bombas: até 450 kg (992 lb)


North American NA-50
·         Tripulção: 1
·         Comprimento: 27 ft (8.23 m)
·         Envergadura: 37 ft 3 in (11.35 m)
·         Altura: 19 ft 8 in (5.99 m)
·         Área de Asa: 227 ft² (21.1 m²)
·         Peso Vazio: 4,660 lb (2,114 kg)
·         Peso Carregado: 5,990 lb (2,717 kg)
·         Motores: 1 × Wright R-1820-77 radial engine, 870 hp (649 kW)
·         Velocidade Máxima: 270 mph (435 km/h) at 8,700 ft (2,650 m)
·         Alcance: 965 mi (1,550 km)
·         Teto de Serviço: 27,500 ft (8,400 m)
    Armamento:
·         2 × .30 in (7.62 mm) metralhadoras
·         2 × 20 mm canhões
·         Até 400 lb (180 kg) de bombas


O tenente Quiñones foi então destacado para integrar o teatro de operações como piloto de NA-50 no XXI Esquadrão de Caça do Grupamento Aéreo do Norte, desempenhando diversas funções, entre elas fotografar a movimentação das tropas inimigas e atacar suas posições.


Com a missão de silenciar baterias anti-aéreas na região denominada Quebrada Seca, a mais fortificada do inimigo, parte em 23 de julho com sua aeronave batizada “Pantera”, com o intuito de realizar quatro passagens sobre o inimigo, duas bombardeando e duas metralhando suas posições. Em sua segunda passagem Quiñones é atingindo pelo fogo inimigo, tendo sua aeronave gravemente comprometida.


Ao invés de saltar de pára-quedas, prefere cumprir sua missão, projetando seu avião contra o alvo especificado em sua missão, e entrando para história do Perú como o grande herói da aviação daquele país. Três meses depois seus restos mortais são entregues ao seu país, tratado como herói até pelos equatorianos.

Entrego a la Fuerza Aérea del Perú los restos de quien supo honrar a su patria, a su pueblo y a su fuerza armada. Mi pueblo [ecuatoriano] rinde homenaje al pueblo peruano, dignamente encarnado en la figura heroica de José Abelardo Quiñones Gonzales.
Octavio A. Ochoa
Coronel do Exército do Equador em 1941



Foi elevado postumamente ao posto de Capitão da Força Aérea do Perú, e mais tarde de General. O dia de sua morte passou a ser comemorado como dia da Força Aérea.  Diversos monumentos em homenagem à Quiñones foram erguidas pelo país.


Fontes:
http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/EquadorXPeru.pdf