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terça-feira, 17 de julho de 2012

Anésia Pinheiro Machado


Anésia Pinheiro Machado muitas vezes é confundida com a primeira mulher a possuir um brevet no Brasil, Thereza Di Marzo. Na verdade, Anésia foi a segunda, tendo o nº77 em seu brevet (o de Thereza é nº 76), mas seus feitos na aviação foram maiores do que qualquer outra jamais ousou sonhar.

 
Nasceu em Itapetininga – SP – em junho de 1902. Sua paixão pela aviação inicia em 1921, e no ano seguinte já realizava seu voo solo em uma aeronave Caudron G3, (no mesmo dia que Thereza Di Marzo) sendo licenciada pela Federação Aeronáutica Internacional, através do Aéro Club do Brasil. 

O brevet de nº 77.
 
Já em 1922 realiza o raid interestadual entre São Paulo e Rio de Janeiro em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, sendo cumprimentada por Alberto Santos Dumont através de uma carta.  

Homegem de Santos Dumont à Anésia.
A viagem teve duração de quatro dias, entre cinco e oito de setembro, e Anésia voou em média uma hora e meia por dia, sendo obrigada a parar para reabastecer e revisar a aeronave, mesma em que aprendeu a voar, Caudron G3 apelidado de Bandeirante.

Anésia com o Caudron G3.
 Participou da hoje conhecida como Revolução de 1924, sendo presa e mais tarde libertada por golpe dos revoltosos, ficando proibida de voar até 1939 quando retoma suas atividades. Em 1940 recebe as licenças expedidas pelo então DAC (Departamento de Aviação Civil, hoje ANAC) números 60, 271 e 146 para Piloto Instrutor, Piloto Privado e Piloto Comercial respectivamente, e tornando-se a primeira mulher brasileira com licença para pilotar aeronaves comerciais. Nos Estados Unidos consegue licenças de Piloto Comercial, Instrutor de Voo, Piloto de Voo por Instrumentos e de Instrutora de Link Trainer. Foi instrutora de Link Trainer na PANAIR do Brasil na Aeronáutica, Base Aérea do Galeão entre 1944 e 1948.

Anésia com o Ryan Navion Super 260.
 Em 1951 realizou voo intercontinental em uma aeronave monomotora, um Kian-Navion Super 260, partindo de Nova Iorque para o Rio de Janeiro. No mesmo ano cruza a Cordilheira dos Andes, de Santiago do Chile a Mendoza na Argentina. Em 1952 participou da Revoada da Amizade até a Argentina. Dois anos depois, em 1954, é reconhecida oficialmente pela Federação Aeronáutica Internacional como a Decana Mundial da aviação Feminina, por ter o brevet mais antigo do mundo ainda em atividade de voo. 

Homenagem e condecorações de Anésia.
 Anésia fez ainda diversos cursos na área da aviação, sendo condecorada e aclamada como a celebridade feminina do mundo da aviação até o final de seus dias. Faleceu no dia 10 de maio de 1999. Suas cinzas encontram-se depositadas no Museu do Cabangú, cidade de Santos Dumont-MG.

Fontes:
http://www.bsbnet.com/anesia/fotos.htm
http://aviadoras.blogspot.com.br/2008/10/ansia-pinheiro-machado_02.html