O Supermarine Spitfire foi
projetado em 1936 pelo britânico Reginald Mitchell. Foi o único caça aliado que
operou durante toda a Segunda Grande Guerra. O “Cuspidor de fogo” entrou em
serviço em 1938, e destacou-se na Batalha da Inglaterra por ter uma ótima
performance em médias e baixas altitudes, superando os caças alemães, e
tornando-se o grande salvador da Inglaterra. Durante a guerra, foi produzido
sob licença nos Estados Unidos e na Rússia somando um total de 20.351 unidades fabricadas
de mais de quarenta versões, até o ano de 1948, quando sua produção foi
interrompida. Nos modelos, alguns motores foram testados e utilizados, mas o Rolls
Royce Merlin de 12 cilindros foi o mais empregado.
O motor Rolls-Royce de 12 cilindros. |
No Brasil, demorou bastante para
que um Spitfire ganhasse os céus com seu ronco e beleza. Somente em 2002 um
raro exemplar desta aeronave que tanto fascínio, muito devido a sua história, desperta
nos aficionados. Com certeza foi um dia memorável para os mortais que puderam
presenciar seu espetáculo no ar.
Sua história começou em 1942,
quando foi fabricado sob encomenda do governo britânico. Possivelmente operou
na Força Aérea dos Estados Unidos entre 1943 e 1944 no teatro de operações da Segunda
Grande Guerra, no mediterrâneo, no norte da África e na operação conhecida como
o “Dia D”, sendo vendido após a Guerra à Força Aérea da África do Sul.
Manutenção em 1944 na Itália. |
Sua data
de desativação é desconhecida, e a falta de documentação deixa uma lacuna na
sua história. Vai ser encontrado em 1967 no playground de um hospital para
crianças ainda na África do Sul, sendo adquirido por dois sul-africanos e
restaurado, voltando a voar no ano de 1975.
Linha de montagem do Spitfire. |
Em 1986 é vendido ao Museum of
Flying de Santa Monica – Califórnia. Em 1993 foi novamente pintado, passando a
adotar as cores e prefixos do exemplar usado na Segunda Guerra por James Edgar
“Johnnie” Johnson, o maior ás britânico, com 34 vitórias individuais confirmadas
e mais sete em colaboração com outros pilotos, a maioria contra os temíveis Messerschmitt
BF-109 e Focke Wulf 190 da Luftwaffe.
James Edgar “Johnnie” Johnson. |
Comprado pela Rolls Royce em 2000,
foi doado ao Museu Asas de Um Sonho, da empresa aérea TAM, situado na cidade de
São Carlos, SP. Passou então por uma nova reforma, onde foi totalmente
desmontado e inspecionado com o intuito de remover modificações ou peças que não
fossem originais, e para que voltasse a voar. Faltava apenas o motor, e em 2002
chega um Rolls Royce Merlin, sendo feitos então os primeiros testes em solo. Precisamente
no dia 4 de maio de 2002, o MK-9 decola para seu primeiro voo no Brasil,
conduzido pelo ex-piloto da RAF e então piloto de testes da Rolls-Royce Phillip
O’Deal. Após uma bela exibição, a certeza de que a aeronave estava em perfeitas
condições de voo, mantendo o máximo possível de sua originalidade.
O MK-9 no Museu da TAM. |
O Spitfire MK-9 é considerado a
melhor versão da série equipada com motor Rolls-Royce Merlin. Conservou a
capacidade de manobra dos Spitfires anteriores e tem resposta mais rápida nos
comandos, principalmente em altas velocidades. O motor mais potente do MK-9,
equipado com compressor de dupla etapa, confere a aeronave melhor desempenho em
grande altitudes e leva o MK-9 a mais de 6.000 metros entre 5 e 7 minutos. Aproximadamente
5.600 unidades deste modelo foram construídos.
**Livremente inspirado em matéria da Revista Aero&Cia Modelismo, de Nov/Dez 2002.
**Livremente inspirado em matéria da Revista Aero&Cia Modelismo, de Nov/Dez 2002.