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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Bessie Coleman


Em 1893 nasce em Atlanta, Texas, Bessie Coleman, filha de George e Susan Coleman, ambos lavradores. Ela era a décima terceira criança do casal. Seu pai era membro de uma tribo Cherokee, e sua mãe uma descendente de africanos. Bessie passou e freqüentar uma escola para negros aos seis anos de idade, caminhando vários quilômetros todos os dias para assistir às aulas, tornando-se uma excelente estudante e destacando-se em matemática. Mesmo sendo estudiosa e esforçada, todos os anos, na época da colheita seus estudos eram interrompidos, pois havia necessidade de trabalhar na lavoura de algodão.

Em 1901 seu pai, George, deixou a família, retornando para o território indígena de Oklahoma, onde nascera, por estar farto das barreiras raciais cada vez mais severas no Texas.
Aos doze anos de idade, Coleman foi aceita em uma Igreja Missionária Batista onde concluiu seus estudos secundários. Consegue então guardar algum dinheiro e matricula-se na Oklahoma Colored Agricultural and Normal University em Langston, Oklahoma, conseguindo completar apenas um período de estudos antes que seu dinheiro acabasse. Encontrou muitas dificuldades, também pelo fato de ser negra, mulher e descendente de indígenas.

Em 1915 mudasse para Chicago, onde começa a trabalhar como manicure. Ali, ouvia histórias de pilotos americanos que retornavam dos combates da Primeira Guerra Mundial, passando a interessar-se pela aviação e desejando tornar-se piloto. Sabendo que em seu país natal jamais conseguiria realizar este sonho devido ao racismo e ao fato de ser mulher, buscou apoio de pessoas influentes como Robert Abbott, fundador do jornal Chicago Defender, e do banqueiro Jesse Binga, que lhe ajudaram financeiramente.


Aprendeu francês em uma escola de Chicago, e mudou-se para a França, de onde retorna um ano depois, com seu sonho finalmente realizado: torna-se piloto, conseguindo sua licença pela Federation Aeronautique Internationale. 


Volta a morar em Chicago, e segue voando por todo o país, se apresentando em shows aéreos e tornando-se conhecida por ser a única negra, e uma das únicas mulheres a pilotar aviões na época. Tornou-se conhecida também por incentivar os jovens, de ambos os sexos, brancos ou negros, a perseguir seus sonhos. Passa então a ter um novo sonho: construir uma escola de aviação para jovens negros. Esse, entretanto, jamais realizaria.


Aos 30 dias do mês de abril de 1926, com trinta e quatro anos, Coleman estava em Jacksonville, na Flórida. Preparava-se para uma demonstração aérea que aconteceria no dia seguinte, a bordo de um avião Curtiss JN-4, que ela havia adquirido em Dallas. Alguns amigos e parentes não consideraram o avião seguro o bastante e chegaram a pedir que ela não voasse. Ainda assim ela decolou, juntamente com seu mecânico e agente publicitário William Wills, que estava no outro assento. 


Coleman decolou sem utilizar o cinto de segurança, pois no dia seguinte ela realizaria um salto de pára-quedas e gostaria de olhar sobre a fuselagem do avião para reconhecer o terreno abaixo. Aos dez minutos de vôo, contudo, o avião não conseguiu potência suficiente para sair de uma manobra em que girava no ar. Enquanto o avião estava em vôo invertido, Coleman não conseguiu se segurar e foi lançada para fora da aeronave, caindo de uma altura de cerca de 150 metros. Ao atingir o chão, morreu instantaneamente. 


 O avião manteve-se em vôo, com Wills a bordo, mas este não sabia pilotar e não conseguiu controlar a aeronave, que se chocou com o solo, explodindo em seguida e matando-o. Os destroços do avião foram inspecionados, sendo encontrada uma chave que fora esquecida na maquinaria, provavelmente interferindo em seu funcionamento e levando ao avião a não conseguir força suficiente para efetuar a manobra de giro em vôo.


  
O Curtiss JN-4

Ficou popularmente conhecido com “Jenny”, e tornou-se famoso na América após a Primeira Grande Guerra. Teve origem a partir do Curtiss J, projetado por B. Douglas Thomas em 1914, que foi usado em operações contra os revolucionários de Pancho Villa em 1916.
Geralmente usado como treinador nas escolas de vôo, algumas Jennys foram equipadas com metralhadoras e suportes de bomba para uso em combate. Após a guerra, centenas foram transformados em uma versão civil e vendidos a particulares, que continuaram voando até 1930.


FICHA TÉCNICA

País de Origem: Estados Unidos
Tipo: Treinador básico biposto
Propulsão: 1 motor a pistão em linha Curtiss OX-5 de 90Hp
Desempenho: velocidade máxima 121km/h (75mph); teto de serviço 1.980m (6.500ft)
Pesos: vazio 630kg (1.390lb); máximo de decolagem 871kg (1920lb)
Dimensões: envergadura 13,3m (43ft 8in); comprimento 8.33m (27ft 4in); altura 3,01m (9ft 10in); área alar 32,7m2 (352ft2)