Em agosto
de 1920, os pilotos Aliatar Araújo Martins, Brasileiro, e John Willian Pinder,
Inglês, participavam do Rally Aéreo Rio de Janeiro a Buenos Aires. Ambos os pilotos haviam participado da I Guerra Mundial, e eram considerados muito experientes. Após uma escala
em Florianópolis decolaram em direção ao ponto final da corrida em seu
hidroavião Macchi M9, conhecido como Aerobote de Reconhecimento e Bombardeio, de fabricação italiana e propriedade do Aeroclube do
Brasil.
Grupo de pilotos brasileiros treinados na Europa na I Guerra Mundial. |
Ao sobrevoarem
a região sul de Santa Catarina, soltou-se uma tampa de alumínio da fuselagem atingindo
parte da hélice de madeira, causando-lhe danos. Sem muita opção, decidem por pousar
na Lagoa dos Esteves para resolver o problema antes de seguir viagem. Logo
foram recepcionados por curiosos e encaminhados ao Inspetor de Quarteirão Maurício
Cardoso que auxiliado por populares, prestou toda a ajuda necessária para os
reparos.
O Macchi M9 com os pilotos na Lagoa dos Esteves. |
Após o
conserto, a população acabou dispersando-se, ficando os dois pilotos prontos
para dar partida e seguir viagem. Acontece que o avião decolou, e os dois num
primeiro momento desapareceram. Conta-se que já no dia seguinte espalhou-se a
noticia que teriam sido assassinados os pilotos por ribeirinhos da lagoa,
chegando a distorcida informação ao Governador Hercílio Luz. Estava formada a
confusão.
Partindo de
Florianópolis, grandes pelotões deslocam-se de trem ou a cavalo em direção a
Lagoa, em busca dos criminosos. O consulado inglês exigia explicações e a
punição dos responsáveis por tal barbárie. Chegou-se a especular que teriam
sido mortos e devorados por canibais. Até uma sessão espírita foi realizada,
onde a alma de um dos pilotos comunicou que o assassino seria um homem chamado
Severiano, que teria enterrados os corpos no quintal de sua própria casa.
Preso, Severiano teve o quintal de sua casa todo esburacado, mas nada foi
encontrado.
O mistério
só foi desvendado quinze dias depois, quando o primeiro dos corpos apareceu
boiando na Lagoa, e o segundo corpo no dia seguinte. A partir da análise dos
corpos e da aeronave presume-se que:
a partida do
motor era feita manualmente girando-se a hélice, numa operação onde o ponto do
motor deveria ser atrasado para que a compressão pudesse ser rompida, tarefa que
deveria ser executada pelo piloto que estivesse no comando da aeronave.
Acredita-se que nesta operação algo deu errado e a compressão do motor não pode
ser rompida, o que fez com que a hélice do aparelho girasse com muita força no
sentido contrário, quebrando o braço do aviador que a acionava, atirando-o nas
águas da lagoa. O outro piloto saltou na água na tentativa de salvá-lo, mas não
conseguiu, devido ao afastamento do hidroplano arrastado pelos ventos. Longe
das margens da Lagoa, ambos morreram afogados.
Os corpos
dos pilotos foram os primeiros a serem sepultados no cemitério de Urussanga
Velha, localidade que posteriormente passou a se chamar Aliatar, em homenagem
ao piloto brasileiro falecido.
Vista atual da Lagoa do Esteves. |
A tentativa
de levar o hidroplano de volta ao Rio de Janeiro também fracassou. A equipe que
veio busca-lo, após substituir a hélice quebrada, em voo de teste, o aparelho
sobrevoou a lagoa e pousou sem problemas, ficando marcada a partida para o dia
seguinte já que a noite se aproximava. O avião foi amarrado as margens da
Lagoa, mas durante a noite uma tempestade muito forte varreu a região rompendo
as amarras que seguravam o hidroavião arrastado-o e destruindo-o contra as
árvores as margens da Lagoa, sobrando apenas algumas peças e o motor que foram
transportados em carro de bois até a localidade de Esplanada, de onde seguiram
de trem até Laguna e daí de navio para o Rio de Janeiro.
Ficha Técnica:
Tripulação: 2 - Piloto e observador
Comprimento: 9,40 m (30 ft 10 in)
Envergadura: 15,40 m (50 pés 6)
Altura: 3,25 m (10 pés 8)
Asa área: 48,5 m2 (521 ft2)
Peso vazio: 1.250 kg (2.750 lb)
Peso bruto: 1.800 kg (3.960 £)
Motor: 1 × Fiat A.12, 208 kW (280 hp)
Velocidade máxima: 188 km / h (118 mph)
Autonomia: 4 horas
Teto de serviço: 5.500m (18.050 pés)
Tripulação: 2 - Piloto e observador
Comprimento: 9,40 m (30 ft 10 in)
Envergadura: 15,40 m (50 pés 6)
Altura: 3,25 m (10 pés 8)
Asa área: 48,5 m2 (521 ft2)
Peso vazio: 1.250 kg (2.750 lb)
Peso bruto: 1.800 kg (3.960 £)
Motor: 1 × Fiat A.12, 208 kW (280 hp)
Velocidade máxima: 188 km / h (118 mph)
Autonomia: 4 horas
Teto de serviço: 5.500m (18.050 pés)
Seu Porto também
construiu um aeromodelo réplica do Macchi M9.
Aeromodelo réplica perfeita do Macchi M9 contruido pelo Sr. Carlos Porto. |
Vídeo do primeiro vôo do aeromodelo Macchi M9 construído pelo Engenheiro Carlos Porto.
Fontes:
http://www.naval.com.br/anb/ANB-historico/ANB-hist04_IGM.htm
Boom dia!! Eu tenho essa foto original dos pilotos na lagoa
ResponderExcluirparabens por contar um pouco de nossa historia.
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